Socorro é uma das raras cidades do Estado de São Paulo, onde se tem congada, e sobretudo congada infantil. O que tem de comum entre a tradicional Congada dos adultos de São Benedito e Divino Espírito Santo e as congadas infantis da cidade? Essas manifestações da cultura do Estado de São Paulo são importantes patrimônios imateriais do Brasil,  e estão pela primeira vez celebradas num projeto que envolveu contações de história, a criação de um site, encontro de congadas e uma exposição inteiramente dedicada a elas a “Congada | congadinha - fortalecer e transmitir a cultura caipira entre gerações”, que é um desdobramento do projeto de mesmo nome, que foi realizado em Socorro com apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e ProAC – Programa de Ação Cultural (2014).

 

Para fortalecer e transmitir a cultura caipira entre gerações, o projeto “Congada, congadinha”, realizou uma série de oficinas de contações de história, que foram oferecidas na Biblioteca Municipal e em diferentes escolas de Socorro : CEMEI; E. E. José Dini; E. E. Josephina; Instituto XV de Agosto, Colégio SOS Objetivo, e a E. Municipal do Bairro dos Rubins!

 

Graças ao “Congada, congadinha” e à abertura de espírito das equipes de cada escola onde ele foi realizado, as crianças foram levadas de maneira lúdica a conhecer melhor essa manifestação do nosso patrimônio imaterial, da qual o sentido de seus cantos e as coreografias dos seus bailados são o resultado do encontro, em território brasileiro, da cultura africana, com a cultura europeia,

 

Ela recria a coroação de um rei do Kongo. O Reino do Kongo foi um império localizado no sudoeste da África, do qual muitas pessoas, entre elas nobres africanos, foram trazidos para o Brasil desde o século XVI como escravos em navios negreiros.

 

Por motivo da nossa colonização, através das influências ibéricas, foi sendo adicionado ao enredo da congada um conteúdo religioso cristão, destacando-se então temas como: a vida de São Benedito; o encontro da imagem de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas; a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras, etc.

 

A congada é um exemplo patente do sincretismo religioso afro-brasileiro. As tradições históricas, usos e costumes africanos e santos católicos nela convivem, resultando uma manifestação própria do nosso país, e única no mundo.

 

Nossa congada já nasceu mestiça! Partindo desse pressuposto o projeto “Congada, congadinha”, hoje mais do que nunca, quando assistimos em diferentes regiões a escalada de violência, e a repressão ao que é diferente, vem defender através da sua difusão e transmissão a tolerância inter-religiosa, e o diálogo sincero entre as diferentes religiões do planeta.

 

Como anunciam seus versos de chegada : “A congada já chegou nessa hora de abundância, saudando o dono da festa, traz amor, paz tolerância”!

 

Esse projeto, além de ter sido realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura e Programa de Ação Cultural - ProAC 2014, contou também com o apoio institucional da associação e editora ITC, Totem Musicais, Prefeitura Municipal através da Secretaria Municipal de Cultura, Biblioteca Municipal, ComuC e ICA.